Ao perceber qualquer desrespeito ao seu espaço vital, é hora de sentar, conversar e definir o que é permitido ou não. Por: Rosana Sá
“Vamos construir a família que desejamos ser!” Amo essa frase, a escrevo com o coração aberto, mas também apertado, sabe por quê? Porque família tem como premissa outra ou outras pessoas que nem sempre nos darão subsídios para despertar todo o nosso potencial, inclusive a disposição de nos ajudar a construir uma família forte, feliz e unida. Aliás, em muitos lares não há abertura para esse assunto, tampouco clima, vontade ou mente aberta para dialogar. Vixiii, tô ficando deprê, mas é pura realidade.
Respirei... vamos lá!
3 perguntas-chave
Para iniciar um processo de desenvolvimento no âmbito familiar, precisamos fazer três perguntas: Quem somos? Como estamos? Aonde queremos chegar juntos? Refletir sobre esses pontos é fundamental para quem deseja ir além, estabelecer limites saudáveis e conviver harmoniosamente, sem imposições e restrições que minam a liberdade, a versatilidade e a eficiência.
No que se refere à nossa saúde integral, é imperativo considerar cuidadosamente tudo o que tem potencial de nos causar dano. Por isso, ao perceber qualquer desrespeito ao seu espaço vital, é hora de sentar, conversar e definir o que é permitido ou não. Você deve se fazer respeitar, de modo transparente, sem neuras e sem ressentimentos. Educação, respeito e amor são os faróis aqui.
"Você deve se fazer respeitar, de modo transparente, sem neuras e sem ressentimentos."
Juntos e misturados no home office
Depois de grandes desafios como o isolamento social e a quarentena impostos pelo coronavírus, sua família provavelmente não será mais a mesma. Creio que nesses dias algo está mudando em nós e na sociedade. Que seja para melhor! Que sejamos muito mais fortes! É nisso que acredito. É o que desejo para minha família (emocionei-me de novo, rs!).
Nessa situação, quais tratos precisam ser feitos? Para identificá-los, pense nas coisas mais simples e nas mais complexas, entendendo que cada pessoa vê e interpreta as situações de diferentes maneiras. E, por falar em diferenças, aqui vai uma dica bem prática: entender as necessidades do outro e ter empatia sem julgamento é essencial para construir e manter a paz. Parece algo óbvio, mas ter essa verdade em mente pode evitar o ímpeto de “perder as estribeiras”.
Vamos fazer um exercício juntos?
Antes de tudo, aprenda a perdoar e a pedir perdão. Ele é o primeiro passo para um bom acordo de convivência. Se perceber que precisa dar esse passo, coloque em ação o exercício a seguir. Comece por um bom e sincero pedido de perdão e expresse o que sente:
Perdoa-me...
Por não lhe dar atenção do jeito que você precisa
Por fazer do meu jeito sem me importar com o impacto disso para você
Pela indiferença aos seus sonhos
Pela ausência de um sorriso por suas piadas
Pelo ombro que recolhi ao invés de acolhê-lo (a)
Pela conversa interrompida pela minha impulsividade sem nunca mais retomá-la
Porque acabei esquecendo-me de ser insumo de vida para você
Pelo tempo sem qualidade que desperdicei
Por querer poupar e não ter conseguido inspirá-lo (a) a usufruir com moderação
Por gastar exagerada e irresponsavelmente
Porque deixei de observá-lo (a) sem julgá-lo (a)
Por esvaziar-me de empatia frente às suas necessidades mais latentes
Por deixar de expressar o quanto você é importante para mim sob a premissa de que sabe disso
Por não economizar o que precisamos para adquirir liberdade financeira
Por achar que serviços domésticos são obrigações suas
Por cobrar de você um padrão de vida que ainda não conseguimos ter
Pela desconexão causada pelos meus rompantes e por deixar o clima de nosso passeio um horror
Pela falta da presença mesmo estando presente
Por não perguntar se você está bem por simplesmente supor e concluir a sua resposta
Por não aliviá-lo (a) de algumas atribuições compartilhadas
Por desaprender o jeito que o (a) faz feliz, sendo eu mesmo (a)
Pelas palavras ferinas em nossas discussões
Pelas comparações cruéis que fiz em relação a outras pessoas
Por privar você de momentos memoráveis, e a minha parte nisso era apenas a leveza de viver o momento
Por dizimar nossas forças por inseguranças que não admiti
Por não buscar ajuda especializada para ficar melhor e contribuir com os nossos objetivos, sejam individuais, a dois ou familiares
Por não ter vibrado e comemorado vitórias que são muito importantes para você
Filho e filha, por não perceber que, a cada ciclo, suas necessidades mudam de nome
Meus pais, pela atenção que quase “imploraram” e ainda assim eu não dei a vocês
____________________________________________________ (esse espaço é seu) Feito? Pronto. Que bom! Respire, reflita e tome uma atitude sábia.
Vamos deixar um legado
Novos modelos de comportamento nos fortalecerão como pessoa e como família, para prosseguirmos deixando legados em cada encontro, a cada geração!
Por fim, para estabelecer acordos de convivência, seja específico (a) também ao expressar gratidão. Empenhe-se para criar um relacionamento em seu lar pautado pela leveza, alegria, amizade e força. Se necessário, faça sua lista de gratidão. Apresente-a à sua família. Uma vez que o acordo esteja estabelecido, não se acomode: realinhe-o de tempos em tempos, pois todos continuamos em constante mudança! Lembre-se: a verdadeira transformação é simples e começa por você!
Rosana Sá
Formada em Administração de Empresas, pós-graduada em Marketing e Certificada em Educação Virtual pelo Senac-SP, é professora universitária, conferencista, coach executiva e consultora empresarial. Atualmente, é sócia diretora da CYCLOS, empresa dedicada a ações de desenvolvimento profissional e gerencial.
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